Fonte: Capitania do Porto de Ponta Delgada
Santa Cruz, Lagoa
Quatro baleias de bico arrojaram na praia de Santa Cruz.
Três delas encalharam na praia e foram re-colocadas na água por banhistas e nadadores-salvadores. Uma quarta encalhou nas rochas e terá ficado mais afectada, particularmente com escoriações no bico. Esta última foi re-encaminhada para o mar graças à intervenção da Polícia Marítima com uma embarcação.
A determinação específica é provisória, tendo tido o apoio do Dr. Koen Van Waerebeek (Peruvian Centre for Cetacean Research, CEPEC).
Notícia no Açoriano Oriental de 26/6/2009:
Quatro baleias-de-bico dão à costa na Lagoa
Regional | 2009-06-25 19:45
Quatro baleias-de-bico deram à costa em Santa Cruz, na Lagoa - um acontecimento muito raro - e foram salvas graças à intervenção da Polícia Marinha e de nadadores-salvadores que se deslocaram ao local.
As quatro baleias deram à costa na quarta-feira, junto ao cabo submarino e a Polícia Marítima deslocou para o local dois elementos e uma viatura, por terra e uma embarcação semirígida com quatro elementos, por mar. Mereceu particular atenção uma jovem baleia, que se feriu nas rochas e estava bastante fraca e desorientada, tendo sido ajudada a safar-se das pedras para recuperar forças e juntar-se de novo ao seu grupo, que se reuniu na zona balnear das piscinas de Lagoa, de onde a Polícia Marítima fez retirar os banhistas para não agitar as águas.
Segundo a Polícia Marítima, foi necessária a colaboração de dois nadadores-salvadores e, só com a ajuda de uma prancha salva-vidas, rebocada pelo semirígido da Polícia Marítima, foi possível, a cerca de uma milha de costa, largar a baleia-de-bico, para que ela prosseguisse pelos seus próprios meios.
O arrojamento em massa de cetáceos vivos é muito raro, mais ainda com baleias-de-bico, que segundo o professor do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores, José Azevedo, "são animais oceânicos muito discretos, razão pela qual são o grupo de cetáceos cientificamente menos conhecido".
O arrojamento de baleias é normalmente associado à intervenção humana e, conforme explica José Azevedo, "existem evidências científicas de que a mortalidade destes animais é provocada por fontes sonoras de baixa frequência e alta intensidade (sonares), as quais levam os animais a efectuar subidas rápidas das grandes profundidades a que se alimentam. Num efeito análogo ao da doença de descompressão nos mergulhadores, a rápida expansão dos gases dissolvidos nos tecidos provoca extensas hemorragias internas que podem levar directa ou indirectamente à morte dos animais".
Rui Jorge Cabral
No local: Laura Gonzalez, Marc Fernandes